14 de setembro de 2011

Conteúdos de Educação para o Trânsito para Crianças e Adolescentes

O que ensinar às crianças e aos adolescentes.

Antes de planejar as atividades educativas de trânsito, é importante verificar os dados estatísticos da área estudada, a fim de averiguar as principais causas da violência viária envolvendo crianças. É recomendável que, antes da escolha dos conteúdos a serem ensinados às crianças, seja realizada uma pesquisa para verificar a percepção que elas apresentam sobre os riscos no trânsito.

Uma pesquisa de percepção com crianças e adolescentes deve apresentar as seguintes caractetristicas:

Incluir técnicas compatíveis com a idade do público alvo.

Ser agradável, motivante e não inibidora.

Ser adequada às habilidades desta faixa etária (não exigir que crianças menores escrevam).

Explorar a capacidade imaginativa e a curiosidade das crianças.

Explorar o questionamento natural dos adolescentes.

Utilizar métodos alternativos (vídeo, fitas cassete, fotos etc).

Explorar a verbalização, através de grupos de discussão para obter a percepção tanto cognitiva (condições seguras, inseguras), quanto emocional (sentimento de medo, ameaça etc). (CLAYTON, 1995 apud FARIA, 2002, p. 124).

A pesquisa pode ser realizada de forma verbal através de (entrevista, descrição oral e outros) ou não-verbal (questionário, texto, observação, desenho e outros). Ela trará subsídios para a escolha do foco e para o desenvolvimento dos objetivos da atividade educativa de trânsito. A partir dela, é possível verificar quais conhecimen

tos as crianças e os adolescentes já possuem e quais são necessários enfatizar.

A seguir será apresentada uma relação de conteúdos que devem ser trabalhados com crianças e os adolescentes, caso seja constatado, através de pré-teste que eles não possuem esses conhecimentos interiorizados.

Devemos instruir as crianças a:

Respeitar as regras de trânsito e possuir atitudes que priorizem a prevenção à violência viária são essenciais ao transitar. Por isso, ao educar crianças e adolescentes para o trânsito, é fundamental incentivar as boas condutas.

A seguir são apresentadas dicas de boas condutas no trânsito.

  • Caminhar e serem bons pedestres.Compreender e obedecer aos sinais de trânsito.
  • Olhar para os dois lados várias vezes antes de atravessar a rua e só atravessar quando a rua estiver livre, continuando a olhar para os lados enquanto atravessa.Usar a faixa de pedestres, sempre olhando para os dois lados para ver se todos os veículos pararam.
  • Atravessar em linha reta.
  • Quando não houver faixa de pedestre, procurar outros locais seguros para atravessar, em passarelas ou próximo a lombadas eletrônicas, por exemplo, onde possa ver e ser vista pelos motoristas.
  • Brincar apenas em locais longe do tráfego de veículos.
  • Caminhar pela calçada, prestando atenção nas entradas e saídas de veículos das garagens.
  • Onde não houver calçadas, caminhar de frente para o tráfego (no sentido contrário aos veículos) para ver e ser vista.
  • Sempre que estiver caminhando com mais pessoas, é preciso caminhar em fila única.
  • Prestar atenção nos carros que estão virando ou dando ré.
  • Sempre que desembarcar do ônibus, esperar que o veículo pare totalmente e aguardar que ele se afaste para atravessar a rua.
  • Andar de bicicleta, preferencialmente longe do tráfego de veículos.
  • Usar a ciclovia ou ciclofaixa, ao pedalar. Onde não houver, andar a direita dos veículos no sentido do trânsito, mas apenas quando já tiver idade e habilidades para o trânsito.
  • Quando estiver pedalando, num cruzamento, olhar para trás e esperar o trânsito que vem antes de virar para a esquerda, antes de entrar numa rua, parar e olhar para a esquerda, para a direita e para a esquerda novamente.
  • Evitar andar de bicicleta à noite. Se precisar pedalar no escuro, usar material refletor na roupa, na bicicleta e nos demais equipamentos.
  • Quando andar de ônibus, esperar que ele pare totalmente para embarcar, afivelar o cinto de segurança, ficar sentado enquanto o veículo estiver em movimento, descer do ônibus somente depois que ele parar totalmente, falar com os pais sobre o que acontece durante a viagem.
  • Utilizar sempre o cinto de segurança ao viajar de automóvel, se tiver menos de 10 anos, sentar no banco de trás, se a idade for inferior a sete anos e meio usar o assento de elevação e se for inferior a quatro anos a cadeirinha.
  • Ir de carona em motocicleta apenas após os sete anos de idade, usando o capacete.

As orientações acima representam alguns cuidados pessoais que visam a garantia da segurança viária ao caminhar, ao andar de bicicleta e ao transitar como passageiro de automóvel e de transporte coletivo. Devem ser construídas junto às crianças e adolescentes, com boa argumentação, que justifique seu cumprimento, esclarecendo os riscos que estarão sujeitos caso deixem de cumpri-las.

Boas Condutas

Na criança construímos, no adolescente e no adulto reformamos. Os valores construídos na infância serão usados em toda vida. Portanto, devemos construir junto as crianças boas condutas, ou seja valores positivos para que no futuro venham a ser condutores conscientes de sues direitos e deveres.


Que valores devem ser construídos junto às crianças?


Respeito: incentivar a criança a esperar a vez de falar, a ceder seu assento aos idosos, gestantes e pessoas que possuem deficiência, a aguardar na fila, a praticar as boas maneiras como: pedir licença, por favor, agradecer. A criança que pratica o respeito em seu dia a dia será um motorista que respeitará as sinalizações, os espaços públicos e os personagens do trânsito como: pedestres, ciclistas, motoristas e motoqueiros, aceitando as diferenças de idade, de raça, de classe social e cultural.

Responsabilidade: estimular a criança a pensar antes de tomar atitudes que possam causar prejuízos a si e aos outros, a assumir seus erros, a pedir desculpas, a repetir a ação consertando o erro. Atitudes como essas, irão refletir quando forem motoristas, ou seja, farão com se tornem condutores capazes de medir as consequências antes de cometer imprudências no trânsito, e assim não as cometendo.

Autonomia: as pessoas, desde a infância, precisam se amar, se valorizar, se cuidar, acreditar em seu potencial, ter personalidade. O jovem com autonomia, por exemplo, será capaz de dizer não ao convite para cometer infrações no trânsito como: dirigir sob efeito de bebida alcoólica ou fazer “racha”.

Tolerância e Paciência: estimular a criança a manter a calma, a ter paciência; a enfrentar e suportar as dificuldades, visto que ela precisará ter essas qualidades para garantir a segurança no trânsito.

Cooperação: participar das atividades escolares, colaborar para as mudanças e melhorias no ambiente familiar e escolar são ações que devemos incentivar nas crianças. Futuramente elas também precisarão cooperar no trânsito, facilitando a ultrapassagem de outro motorista, por exemplo.

Solidariedade: é uma qualidade que visa bem comum, a coletividade. No trânsito, o motorista solidário preocupa-se também com o pedestre, com o ciclista, com o passageiro de ônibus, da mesma forma como o pedestre solidário preocupa-se com o motorista, com o ciclista e os demais cidadãos presentes nas vias. As crianças aprendem a ser solidárias quando as incentivamos a ajudar o colega, a doar os brinquedos que não usam mais, por exemplo.

Vida: Fazer com que elas percebam o prazer das pequenas coisas, a amar a vida, a sorrir, a brincar, ser otimista, cuidar da saúde e da segurança, são atributos que devemos cultivar nas crianças. Quem possui essas características certamente irá preservar a vida e será prudente no trânsito.

A criança educada seguindo esses valores poderá apresentar uma conduta que é desejável no trânsito, ou seja, essa criança poderá, por exemplo, na escola, resolver as questões da prova sem colar, mesmo sem a supervisão do professor, e futuramente, no trânsito, possivelmente será um motorista educado, ou seja, irá dirigir com prudência, sem a necessidade da fiscalização dos agentes de trânsito.

Irene Rios da Silva

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