31 de janeiro de 2014

Estudo: quem trabalha no trânsito está mais sujeito a doenças

Os profissionais que trabalham diariamente no trânsito, expostos à poluição das ruas, estão mais sujeitos a doenças do que os que atuam em áreas menos poluídas. A conclusão é de um estudo feito, na capital paulista, por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade de São Paulo (USP) e Harvard (EUA).
Os pesquisadores acompanharam grupos altamente vulneráveis aos gases poluentes expelidos pelos veículos: 71 taxistas e 30 funcionários Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que são responsáveis pela fiscalização do trânsito. Para efeito de comparação, foi analisado um grupo menos vulnerável, de 20 trabalhadores do Horto Florestal, que fica na Serra da Cantareira, região da capital com menor nível de poluição.Após quatro anos de pesquisa, os cientistas chegaram à conclusão de que o grupo exposto à poluição do trânsito sofreu vários tipos de danos no organismo. A pesquisa envolveu 90 cientistas, de especialidades como oftalmologia, clinica médica, cardiologia, pneumologia, patologia e até matemática.
O coordenador da pesquisa, o professor Paulo Saldiva, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, disse que o ar poluído provocou inflamação nos olhos e pulmão, alterações na pressão arterial e no ritmo cardíaco, distúrbio pró-coagulante, maior tendência à obesidade, conjuntivite, rinite e maior número de quebras cromossômicas, o que significa mais risco de câncer, "tanto nas mucosas expostas, quanto nas células circulantes", afirmou.
Além de professor da USP, Saldiva é membro do Comitê Científico da Universidade de Harvard e fez parte do Comitê da Organização Mundial da Saúde (OMS) que definiu padrões de qualidade do ar. Ele destacou que, além do maior risco de doenças, os taxistas e controladores de tráfego apresentaram "ações adaptativas", ou seja, quando o corpo precisa se adaptar e trabalhar no limite, devido às situações de ruído e estresse, comuns aos grandes centros urbanos. "Por exemplo, no controle da pressão arterial, o sistema que inibe que a gente aumente a pressão está ligado no máximo", explicou.
O estudo avaliou também as variações no estado de saúde dentro do grupo mais exposto à poluição. Ficou comprovado que, à medida em que os poluentes aumentam, o organismo também piora.
As conclusões foram apresentadas hoje, na cidade de São Paulo, durante o Seminário Científico da Poluição Ambiental. Segundo Saldiva, os estudos ainda não estão concluídos e a apresentação de hoje trouxe uma noção geral dos resultados. Os cientistas ainda formularão um relatório que será encaminhado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que financiou a pesquisa.
Fonte:

Programa Observar - Principais Colisões e Como Evitá-la


13 de janeiro de 2014

OPAS/OMS no Brasil lança manual “Segurança de Pedestres” em português


Publicação da OMS, compondo uma série voltada a gestores, profissionais e demais interessados na temática da prevenção às mortes e lesões no trânsito, aborda a essencial questão dos deslocamentos realizados pé.  O manual descreve a dimensão das mortes e lesões em pedestres; os principais fatores de risco; as formas de avaliação situacional da segurança destes usuários das vias públicas num dado cenário e a elaboração de um plano de ação; além de como selecionar, desenhar, implantar e avaliar medidas.

O manual, disponível agora em português, salienta a importância de uma abordagem abrangente e holística, que inclui engenharia de trânsito, legislação e fiscalização bem como medidas voltadas ao comportamento. Chama também a atenção para os benefícios de caminhar, que deve ser promovido como um modo de transporte, em face de seu potencial de melhoria da saúde e a preservação do meio ambiente.  O livro, elaborado para um público multidisciplinar – incluindo engenheiros, gestores, policiais, profissionais da saúde pública e instrutores, entre outros – busca contribuir para o para o fortalecimento da capacidade local para implantar medidas para a segurança de pedestres em todo o mundo.

Sim, pedestre é trânsito
 
Quando pensamos em “trânsito” é comum que as imagens que mais imediatamente nos ocorra sejam a de carros nas ruas. No entanto, tomando-se o Brasil como exemplo, a maioria dos deslocamentos realizados nas cidades é feita pé e por bicicleta. Esta proporção é ainda maior quanto menor a população da cidade. Mas mesmo nas grandes aglomerações urbanas, como a região Metropolitana de São Paulo, os deslocamentos de pedestres somam, diariamente, mais 12 milhões de viagens. Estas, somadas àquelas feitas por transporte coletivo (que implicam em um necessário deslocamento complementar a pé) representam nada menos que 70% das viagens realizadas na Região. 
 
Contudo, apesar de ser a mais antiga, natural, a mais óbvia e acessível forma humana de se locomover, é comum que gestores do espaço público (e mesmo os usuários das vias) relacionem as caminhadas mais a uma “falta de transporte” do que a um modo de locomoção em si. Não raro, os pedestres acabam sendo vistos – ou pior: veem a sim próprios – mais como um “empecilho” ao tráfego do que como um trânsito propriamente dito. Esse pensamento ignora o papel específico e muitas vezes insubstituível dos deslocamentos a pé, assim como as vantagens, do ponto de vista da economia, da preservação ambiental, da qualidade de vida e do risco oferecido a quem compartilha as vias. Nesse contexto, muitas de nossas cidades foram construídas ou adaptadas de modo a privilegiar a eficiência do transporte individual motorizado, onde caminhar significa, muitas vezes, enfrentar condições precárias ou mesmo humilhantes.
 
Esta situação não é diferente na maior parte dos países em desenvolvimento – ou mesmo em certas regiões de países alta renda.  Nesse contexto, no ano em que as Nações Unidas dedicaram a 2a Semana Global da Segurança no Trânsito à segurança do pedestre (6-12 de Maio de 2013), a OMS lançou o manual Pedestrian Safety, traduzido agora para o português pela OPAS/OMS no Brasil.

E o que tem a saúde a ver com isso?

Dada a vulnerabilidade de um pedestre e a desproporção dos corpos em choque, os atropelamentos podem ser eventos devastadores, mesmo a velocidades consideradas “baixas” pelos condutores.  Assim, todos os anos, mais de 270.000 pedestres perdem suas vidas no transito, enquanto outros milhões sobrevivem lesados – muitos deles permanentemente incapacitados. Nas Américas, as mortes de pedestres representam cerca de 20% dos totais de todas as mortes no trânsito (como é o caso brasileiro) – uma porcentagem, em nível regional, mais alta que qualquer outra modalidade de transporte.  Em países andinos, esta proporção chega a ser superior a 40% dos eventos fatais no trânsito.
Estas cifras, por si, já revelam o impacto sociais e econômicos dos atropelamentos. Contudo a relação da saúde pública com deslocamentos de pedestres não se limita à grave questão da morbimortalidade por traumas no trânsito (os ditos “acidentes”). No Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) repodem por cerca de 70% das mortes no País. Se tomarmos as enfermidades incluídas nesta categoria, temos que a doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e o diabetes podem guardam relação direta com estilos de vida sedentários, enquanto as neoplasias (canceres) e doenças das vias aéreas inferiores se relacionam com a poluição atmosférica. Em cidades como São Paulo, por exemplo, os gases poluentes, produzidos em grande parte por veículos automotores, já respondem por mais mortes que os acidentes de trânsito em si.  

A prevenção de muitas das DCNTs, passa, desta forma, pelo incentivo a práticas como a do chamado “transporte ativo” (ciclismo e caminhadas), seja pela prática da atividade física em si, seja pelos benefícios ambientais relacionados a estas modalidades.  Deslocar-se a pé, contudo, requer incentivos que são dados, principalmente, por condições materiais objetivas para a prática. Ou seja, a criação de ambientes não hostis, seguros ou que estimulem os deslocamentos a pé.  O Manual, nesse sentido, fundamenta-se em preceitos efetivos da promoção de saúde, à medida que busca a criação de uma ambiência que não apenas preconize, mas favoreça a prática saudável.  

A publicação, assim, traz informações a serem utilizadas no desenvolvimento e implantação de medidas abrangentes, visando melhorar a segurança de pedestres. São também analisadas a dimensão das fatalidades e lesões em pedestres e a importância de tratar os principais fatores de risco associados.  Os passos descritos para a uma avaliação situacional, para auxiliar a priorização de medidas e a elaboração de um plano de ação, visam também auxiliar a implementação e avaliação de medidas. As estratégias apresentadas podem ser aplicadas em nível nacional e subnacional, e sua estrutura em módulos permite a adoção atender às necessidades ou problemas específicos de diferentes realidades. Por fim, embora sirva a situações diversas, o manual tem por foco países de baixa e média renda.
 

 
Acesse aqui o manual Segurança de Pedestres
Acesse aqui o folder Caminhar com Segurança

Fonte: http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4554:opasoms-no-brasil-lanca-manual-seguranca-de-pedestres-em-portugues&catid=845:bra-03-b-noticias&Itemid=777 - Acesso em 10/01/2014

6 de janeiro de 2014

Dirigir de ressaca é tão perigoso quanto dirigir bêbado, aponta estudo


Da Redação

Que o álcool e a direção não combinam e podem causar graves acidentes já é de conhecimento de todo mundo e isto sempre é lembrado em campanhas educativas e de trânsito. 

A novidade é que estudos apontam que conduzir um veículo de ressaca pode ser tão perigoso quanto dirigir alcoolizado. 

A avaliação de cientistas da Grã-Bretanha e da Holanda é de que os efeitos provocados pela ingestão de bebidas alcoólicas vão além do que se imagina. 

Até então, acreditava-se que os sintomas sentidos no corpo humano duravam apenas enquanto existia a concentração de álcool no sangue. 

No entanto, pesquisas realizadas em simuladores mostraram que as pessoas com ressaca apresentavam variações de velocidade na condução do carro, demora no tempo de reação, erros e desvios. 

A avaliação ocorreu depois que a concentração de álcool no sangue dos participantes voltou a zero. 

Mesmo assim, os cientistas observaram que o comportamento era muito parecido com o do momento em que ainda estavam alcoolizados. 

Em testes com os mesmos voluntários, só que desta vez sem a ingestão de álcool, os participantes demonstraram bons resultados na condução dos veículos, sem a perda de atenção demonstrada no teste durante a ressaca. 

Os estudos foram realizados na Universidade West of England e na Universidade de Utrecht, na Holanda.

Fonte: http://www.regiaonoroeste.com/portal/materias.php?id=54032 - Acesso em 26/12/2013